quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A amizade como marca da unidade

No dia 3 de dezembro, o bispo diocesano de Santo Amaro, Dom Fernando Antônio Figueiredo, recebeu o clero da diocese, além de convidados e autoridades, em um almoço de confraternização pelos seus 71 anos, celebrados no dia 1. O evento contou com a presença de mais de 200 convidados, incluindo bispos da capital paulista e da Grande São Paulo e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Ao recepcionar os convidados, Dom Fernando fez questão de lembrar e pôr em relevo o crescimento da diocese, após 21 anos de trabalho ininterrupto. “A árvore vicejou, cresceu, tornou-se frondosa”, comemorou, lembrando a passagem de 34 para 108 paróquias. Ele destacou ainda que esse avanço só foi possível graças a “uma palavra preciosa, a amizade”. “Graças a ela, graças a fraternidade e graças a fi delidade de todos aqui, vimos o que aconteceu”, ressaltou o bispo, agradecendo também a Deus por todos os frutos alcançados. O prefeito Gilberto Kassab também fez questão de destacar a trajetória de Dom Fernando, ressaltando o valor da amizade. “Ele é conhecido por todos nesta cidade de São Paulo, e não apenas pelos católicos. Podemos dizer até que sua fi gura é ecumênica. São todos que veem em Dom Fernando, como nós que estamos aqui, um amigo.” A celebração incluiu um bolo com ornamentos franciscanos, com a bênção de São Francisco, levada por Dom Fernando a todos os locais. Para o corte, Dom Fernando fez questão de chamar o Monsenhor Waldemar Conceição, um dos primeiros a recebê-lo na diocese, “e sempre fi el, presente em todas as reuniões, em todos estes
anos”, que completou, no dia 8, 58 anos de ordenação. Ao fi m, Dom Fernando agradeceu a presença de todos e recebeu os cumprimentos dos presentes, incluindo os padres diocesanos,
seculares e dos institutos, religiosos, diáconos e seminaristas.
Claudio Vieira

oRdeNAÇÕeS PReSbITeRAIS


A diocese de Santo Amaro alegrou-se neste mês de dezembro, reunindo-se para celebrar com seu bispo, Dom Fernando Antonio Figueiredo, a ordenação presbiteral de oito novos membros para o clero diocesano. As celebrações ocorreram na Paróquia Sagrado Coração de Jesus nos dias 04 e 11 de dezembro. No dia 04 foram ordenados: Pe. Anderson Luis Lodonio, Pe. Eudes dos Santos, Pe. Paulo Alexandre Saraiva e Pe. Rafael Ferreira da Silva. No dia 11, chegaram à ordem presbiteral: Pe. Claudinei Pereira Barbosa, Pe. Douglas de Freitas Ferreira, Pe. Edgar Domingues de Oliveira e Pe. José Alexandre de Aguiar Werneck. Dom Fernando recordou aos neossacerdotes como a todos os diocesanos a grande beleza da vocação presbiteral ao tornar presente o mistério salvífi co da cruz de Cristo na vida das pessoas. “O presbítero veio para servir como Cristo, e não para ser servido. Ele torna Jesus presente na vida das pessoas de hoje, consolando as na afl ição e na dor, animando-as na fé, encorajando-as na fi delidade ao seguimento do Senhor. O presbítero é ‘persona Christi’, age em nome de Cristo, sendo Ele mesmo no meio do mundo. O presbítero é homem de oração, e dispensador dos mistérios de Deus”.
Pe. Mauricio Cruzz

ReTIRo do cLeRo


O clero de Santo Amaro esteve em retiro no mês de setembro, pregado por Dom João Mamede

Filho, bispo auxiliar de São Paulo. O retiro foi um momento de refl exão e oração sobre o tema da

“Vocação sacerdotal”. Dom Fernando Figueiredo, bispo de Santo Amaro, acompanhou o clero ao longo do retiro, participando também das refl exões propostas. Dom Mamede considerou que “a

vocação sacerdotal brota de um espírito gratuito, de uma escolha e adesão pessoal desejada,

querida, voluntária. Ela é a própria vida do padre, administrador do mistério e distribuidor da alegria de Deus. O padre está plantado num universo social em que a compreensão da existência humana reduziu-se aos limites temporais, o agora. E por isso ele é chamado a religar o homem

contemporâneo a Deus, despertando nesse homem a percepção de que sua vida fragmentada

não lhe permite sonhos além da estreiteza do horizonte dos objetos de consumo e de experiências
fugazes”. Dom Fernando Figueiredo, por ocasião do dia do padre, realizou um encontro com os sacerdotes no qual refl etiu com eles “a identidade e a missão do presbítero”, destacando que “o mundo antepõe liberdade, identidade e democracia. A secularidade se opõe à identidade do padre, reduzindo-o a um agente social. Mas é preciso redescobrir o lugar do padre no encontro com Jesus de Nazaré. É desse encontro que se percebe o sacerdócio como carisma profético que
fi deliza a presença de Cristo no mundo, e leva o mundo a Cristo. O padre é esse profeta que pertence a Deus, reconhecido no mundo como alguém de Deus através de um testemunho sempre mais transparente, identifi cado com a Igreja, com o compromisso da missão. No caso do

padre, é o seu ser que o identifi ca e não sua função social. E isso precisa fi car claro

no testemunho para o mundo. A identidade é sua consagração, sua doação total a Deus e à Igreja,

e isso também no celibato como em todo o seu ministério, com uma fé vivida e alimentada

na oração e na formação contínua. A Bem-Aventurada Virgem Maria e São João Maria Vianney devem ser modelos efi cazes no exercício do ministério presbiteral. Santo Irineu nos recorda que esse ministério é ‘carisma da verdade, pertença a Deus’. E, nesse sentido, a vida do padre reflete-se diretamente na vida da paróquia. Parabéns a todos os presbíteros que traduzem em suas vidas esse mistério!”
Pe. Mauricio Cruzz

mISSão: LeVAR AS PeSSoAS Ao eNcoNTRo de JeSUS

Com participação dos Setores Cupecê, Grajaú, Interlagos, Jordanópolis, Parelheiros, Pedreira, Sabará, Santa Catarina, Santo Amaro, Varginha e Veleiros, realizouse no sábado, dia 23 de outubro, a Assembleia Diocesana de Santo Amaro na Paróquia Nossa Senhora da Esperança, na
Rua Nossa Senhora de Nazará, Cidade Dutra. Mais de mil pessoas, entre sacerdotes, diáconos, seminaristas, religiosos e leigos, acompanharam o evento, com o tema “A Eucaristia, Princípio e Projeto de ‘Missão”. O coordenador diocesano de Pastoral, Monsenhor Joaquim Camargo,
abriu os trabalhos, lembrando o Documento de Aparecida, que destaca “a alegria de sermos discípulos do Senhor”. “Sermos discípulos não é um fardo, mas um dom. Conhecer a Jesus é o
maior presente que uma pessoa pode receber.” Coube ao bispo diocesano de Santo Amaro, Dom Fernando Antônio Figueiredo, recémchegado de uma visita ao papa Bento XVI no Vaticano, fazer a pregação principal e nortear o caminho missionário da diocese para os próximos anos. “Qual é a atitude fundamental de quem evangeliza?”, indagou, inicialmente. “A atitude fundamental é a humildade. Eu não posso me apossar da Palavra, eu sou aquele que a transmite. Aquele que me enviou é que é o dono da Palavra.” Atualmente, no momento em que os católicos latino-americanos são chamados a participar de uma missão continental de busca do irmão,
Dom Fernando lembrou da grande descoberta e do grande processo de aprendizado que é evangelizar. “Qualquer pessoa, mesmo que ainda não seja instruída em todos os mistérios da fé, tem imensas riquezas em seu coração. E são essas riquezas que descobrimos ao evangelizar, pois Deus está presente em todas as pessoas”, prosseguiu. Como segundo ponto de atenção, ele ressaltou o papel transformador do encontro pessoal com Jesus. “Devemos dizer, como os apóstolos, ‘É o Senhor!’, ‘Meu Senhor e meu Deus’. Quem se encontra com Jesus se torna evangelizador em qualquer lugar. Sua palavra, seu gesto, tudo, será proclamação, manifestação de Jesus.” Dom Fernando lembrou que essa visão cristocêntrica é que dá “coerência” ao católico e convidou todos os agentes de pastoral a assumirem essa lógica profunda em suas vidas, levando-a para todos os lugares em que estejam. Ao fazer isso, não haverá espaço para a
falsidade, para se apresentar com máscaras ou formas diferentes, conforme o lugar em que se esteja. “Haverá constância, presença viva de Deus hoje. A pessoa se torna um defensor da vida, da ética, dos valores cristãos, incluindo a honestidade”, pontuou. E lembrou que essa postura nos leva a ter coragem para defender os valores católicos, em meio às polêmicas que a campanha eleitoral de 2010 trouxe. “Não se trata de a Igreja dizer que é contra o aborto. Trata-se, sim, de nós, católicos, dizermos que somos a favor da vida. E por isso dizemos ‘sim’ à vida e dizemos ‘não’ ao aborto.” Por fi m, mas em primeiro e não em último lugar, o bispo diocesano de Santo Amaro ressaltou em sua pregação que a Eucaristia deve ocupar um lugar central onde quer que o católico esteja. “Sejamos todos evangelizadores, vivendo profundamente a Eucaristia, para acolhermos Jesus em nossas vidas e, dessa forma, nos tornarmos presença dele no mundo.” Após um breve intervalo, que serviu também como momento de confraternização, os setores apresentaram suas prioridades pastorais para os próximos anos, com destaque para a missão casa a casa, a família, a catequese, a acolhida e a prioridade à juventude. A seguir, ocorreu um
momento de adoração ao Santíssimo Sacramento, uma vez que “o encontro dos discípulos
com Jesus, em intimidade, é fundamental”, como frisou Monsenhor Joaquim. Chamados a viver em Cristo, após a bênção sacramental, e cantando com alegria, os presentes festejaram o encerramento do evento, que teve como lema Lc 24,33: “Partiram sem demora.”
Claudio Vieira

LIbeRdAde ReLIgIoSA: TemA ceNTRAL PARA beNTo XVI

Bento XVI escolheu o tema da liberdade religiosa como centro da mensagem do Dia Mundial da Paz 2011 “não só porque este tema está no centro da Doutrina Social da Igreja”, mas também
porque “a vida da liberdade religiosa é uma vocação fundamental do homem, um direito humano inalienável e uma chave para a paz”. Foi o que disse na apresentação da mensagem no Vaticano, o presidente do Conselho Pontifício “Justiça e Paz”, cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson. Uma liberdade que se vê ameaçada “pelo fundamentalismo religioso, a politização da religião e a imposição de religiões de Estado”, disse o purpurado. Mas também pelo nascimento de um relativismo cultural e religioso que se está fazendo sempre mais presente e difícil em nossos dias”. A liberdade religiosa é compatível com a defesa das próprias ideias, mas contrária “ao relativismo, sincretismo e fundamentalismo: todos são visões distorcidas da liberdade religiosa”, a qual “não se limita ao livre exercício do culto”, disse. “Tem uma dimensão pública, que permite aos crentes dar sua contribuição na construçãoda ordem social”, assegurou. O cardeal destacou a insistência do Papa tanto na mensagem como na linha de seu pontifi cado sobre o tema do diálogo inter-religioso, que “deveria ser reconhecido como o canal mediante o qual os diversos sujeitos
possam articular o próprio ponto de vista e construir o consenso ao redor da verdade que tem a ver com valores objetivos e particulares”. “É típico da natureza das religiões, livremente praticadas, o fato de que possam autonomamente conduzir a um diálogo de pensamento e de vida, com a perspectiva de pôr sua experiência a serviço do bem comum”, assegurou o purpurado. Por sua parte, Dom Mario Toso S.D.B, secretário do Pontifício Conselho “Justiça e Paz”, disse que a mensagem do Papa “quer ser um sinal inequívoco do compromisso da Igreja na
defesa não só de um direito fundamental”, mas especialmente “do homem enquanto tal, de sua
dignidade e liberdade entendida integralmente”, mais concretamente, “de todas as liberdades
com os respectivos deveres e direitos, da própria democracia, da laicidade positiva, em uma
palavra, da civilização”. Disse também que o Papa convida, em particular, a aprofundar na verdade do direito à liberdade religiosa, quer dizer, de suas implicações antropológicas, éticas, jurídicas, políticas, civis e religiosas. “Para Bento XVI, uma liberdade inimiga ou indiferente a Deus nega a si mesma e não garante a convivência pacífi ca”, porque “uma vontade que se opõe a Deus ou se crê radicalmente incapaz de buscar a Suma Verdade e o Sumo Bem não tem razões objetivas nem motivos para atuar”, a não ser as razões impostas por “desejos momentâneos e contingentes”. Ele assinalou que sem Deus o homem “não tem uma identidade para custodiar e construir continuamente através de decisões verdadeiramente livres e conscientes”.
(ZENIT.org)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A missão profética de Fátima não se concluiu, diz o Papa

Quem pensa que a missão profética de Fátima se concluiu, estaria enganado", afirmou o Papa, durante a ho-milia da Missa Solene celebrada na esplanada do Santuário de Fátima, em 13 de maio de 2010, junto com mais de meio milhão de peregrinos, de Portugal e de outras nações europeias. A missão da Igreja hoje, disse o Papa, é "mostrar o amor de Deus" a uma humanidade " disposta a sacrificar seus vínculos mais santos no altar de estreitos egoísmos de nação, etnia, ideologia, grupo, indivíduo".
O Papa deixou como conselho aos peregrinos a oração mariana do terço, com a qual é possível se "atrair pelos mistérios de Cristo, os mistérios do Rosário de Maria". A oração do terço, assegurou, que "permite-nos fixar o nosso olhar e o nosso coração em Jesus, como sua Mãe, modelo insuperável da contemplação do Filho".

Cláudio Vieira

O acordo com os anglicanos, convite à unidade em um tempo de ação do Espírito

A constituição apostólica “Anglicanorum coetibus”, sobre a instituição de ordinariados pessoais para os anglicanos que ingressem na plena comunhão com a Igreja Católica, constitui “um novo caminho para a promoção da unidade dos cristãos”. Foi o que assegurou Bento XVI, em 9 de novembro, em um comunicado emitido pela Santa Sé, na publicação do documento, que aparece acompanhado pelas Normas complementares emitidas pela Congregação para a Doutrina da Fé, que servirão a sua reta aplicação. A novidade da constituição, segundo esclarece a nota vaticana, consiste na introdução de “uma estrutura canônica que facilita essa reunião corporativa mediante a instituição de ordinariados pessoais”, que permitirão a grupos anglicanos entrar em comunhão plena com a Igreja Católica, “conservando ao mesmo tempo elementos específicos do patrimônio espiritual e litúrgico anglicano”.
“Esta constituição apostólica abre um novo caminho para a promoção da unidade dos cristãos, reconhecendo ao mesmo tempo a legítima diversidade na expressão de nossa fé comum”, afirma a Santa Sé. Não se trata de uma iniciativa que tenha tido origem na Santa Sé esclarece, mas de uma resposta generosa do Santo Padre à legítima aspiração destes grupos anglicanos”. “A instituição desta nova estrutura marca-se na plena harmonia com o compromisso a favor do diálogo ecumênico, que continua sendo prioritário para a Igreja Católica”, sublinha a nota vaticana. A Santa Sé indica que “a possibilidade prevista na constituição apostólica da presença de alguns clérigos casados nos ordinariados pessoais não significa de nenhuma maneira uma mudança na disciplina da Igreja acerca do celibato sacerdotal”.“Este, como afirma o Concílio Vaticano II, é sinal e ao mesmo tempo estímulo da caridade pastoral e anuncia de forma resplandecente o Reino de Deus”, acrescenta, citando o número 1579 do Catecismo da Igreja Católica.
“Como em geral os padres anglicanos são casados, a Constituição permite que, uma vez reconhecidos na Igreja Católica, eles conservem os laços conjugais em sintonia com o exercício do seu ministério”, explica o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso, da CNBB, padre Elias Wolff. Segundo padre Elias, ao permitir que os anglicanos convertidos ao catolicismo conservem suas tradições litúrgicas e espirituais, o documento se coloca em sintonia com o Concílio Vaticano II, “que afirma a eclesialidade das tradições eclesiais oriundas das Reformas dos séculos XVI e XVIII”. Na opinião do assessor, a Igreja Católica não incentiva a conversão de anglicanos para o catolicismo, “mas se preocupa no modo de acolher os que querem se tornar católicos, valorizando riquezas da sua formação cristã na tradição anglicana”. A Santa Sé ainda acompanhou a publicação da “Anglicanorum coetibus” e das “Normas complementares” com um comentário do sacerdote Gianfranco Ghirlanda S.J., reitor da Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma, em que afirma que esta promulgação assim como o processo que dará origem “marcam um tempo de ação do Espírito”.
Cláudio Vieira