quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A missão profética de Fátima não se concluiu, diz o Papa

Quem pensa que a missão profética de Fátima se concluiu, estaria enganado", afirmou o Papa, durante a ho-milia da Missa Solene celebrada na esplanada do Santuário de Fátima, em 13 de maio de 2010, junto com mais de meio milhão de peregrinos, de Portugal e de outras nações europeias. A missão da Igreja hoje, disse o Papa, é "mostrar o amor de Deus" a uma humanidade " disposta a sacrificar seus vínculos mais santos no altar de estreitos egoísmos de nação, etnia, ideologia, grupo, indivíduo".
O Papa deixou como conselho aos peregrinos a oração mariana do terço, com a qual é possível se "atrair pelos mistérios de Cristo, os mistérios do Rosário de Maria". A oração do terço, assegurou, que "permite-nos fixar o nosso olhar e o nosso coração em Jesus, como sua Mãe, modelo insuperável da contemplação do Filho".

Cláudio Vieira

O acordo com os anglicanos, convite à unidade em um tempo de ação do Espírito

A constituição apostólica “Anglicanorum coetibus”, sobre a instituição de ordinariados pessoais para os anglicanos que ingressem na plena comunhão com a Igreja Católica, constitui “um novo caminho para a promoção da unidade dos cristãos”. Foi o que assegurou Bento XVI, em 9 de novembro, em um comunicado emitido pela Santa Sé, na publicação do documento, que aparece acompanhado pelas Normas complementares emitidas pela Congregação para a Doutrina da Fé, que servirão a sua reta aplicação. A novidade da constituição, segundo esclarece a nota vaticana, consiste na introdução de “uma estrutura canônica que facilita essa reunião corporativa mediante a instituição de ordinariados pessoais”, que permitirão a grupos anglicanos entrar em comunhão plena com a Igreja Católica, “conservando ao mesmo tempo elementos específicos do patrimônio espiritual e litúrgico anglicano”.
“Esta constituição apostólica abre um novo caminho para a promoção da unidade dos cristãos, reconhecendo ao mesmo tempo a legítima diversidade na expressão de nossa fé comum”, afirma a Santa Sé. Não se trata de uma iniciativa que tenha tido origem na Santa Sé esclarece, mas de uma resposta generosa do Santo Padre à legítima aspiração destes grupos anglicanos”. “A instituição desta nova estrutura marca-se na plena harmonia com o compromisso a favor do diálogo ecumênico, que continua sendo prioritário para a Igreja Católica”, sublinha a nota vaticana. A Santa Sé indica que “a possibilidade prevista na constituição apostólica da presença de alguns clérigos casados nos ordinariados pessoais não significa de nenhuma maneira uma mudança na disciplina da Igreja acerca do celibato sacerdotal”.“Este, como afirma o Concílio Vaticano II, é sinal e ao mesmo tempo estímulo da caridade pastoral e anuncia de forma resplandecente o Reino de Deus”, acrescenta, citando o número 1579 do Catecismo da Igreja Católica.
“Como em geral os padres anglicanos são casados, a Constituição permite que, uma vez reconhecidos na Igreja Católica, eles conservem os laços conjugais em sintonia com o exercício do seu ministério”, explica o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso, da CNBB, padre Elias Wolff. Segundo padre Elias, ao permitir que os anglicanos convertidos ao catolicismo conservem suas tradições litúrgicas e espirituais, o documento se coloca em sintonia com o Concílio Vaticano II, “que afirma a eclesialidade das tradições eclesiais oriundas das Reformas dos séculos XVI e XVIII”. Na opinião do assessor, a Igreja Católica não incentiva a conversão de anglicanos para o catolicismo, “mas se preocupa no modo de acolher os que querem se tornar católicos, valorizando riquezas da sua formação cristã na tradição anglicana”. A Santa Sé ainda acompanhou a publicação da “Anglicanorum coetibus” e das “Normas complementares” com um comentário do sacerdote Gianfranco Ghirlanda S.J., reitor da Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma, em que afirma que esta promulgação assim como o processo que dará origem “marcam um tempo de ação do Espírito”.
Cláudio Vieira

Para papa, vive-se uma 'Emergência Educativa'

Em Bréscia, lembrando o papa Paulo VI, que o nomeou bispo de Munique, o papa Bento XVI fez um longo e ponderado discurso, em que destacou que “vivemos em uma época na qual se experimenta uma autêntica emergência educativa. Formar as novas gerações, das quais depende o futuro, nunca foi fácil, mas nosso tempo parece que se tornou ainda mais complexo”. “Difundem-se uma atmosfera, uma mentalidade e uma forma de cultura que levam a duvidar do valor da pessoa, do significado da verdade e do bem; em última instância, da bondade da vida considerou. E, ao mesmo tempo, experimenta-se com força uma estendida sede de certezas e valores.” “É preciso transmitir às futuras gerações algo válido, normas sólidas de comportamento, indicar elevados objetivos aos quais orientar com decisão a própria existência acrescentou. Cresce a demanda de uma educação capaz de responder às expectativas da juventude, uma educação que seja, antes de mais nada, testemunho e, para o educador cristão, testemunho de fé.”
Neste contexto, recolhendo a herança intelectual e espiritual do Papa Montini, Bento XVI explicou que “é necessário educar o jovem para julgar o ambiente em que vive e atua, a considerar-se como pessoa, e não como número na massa; em uma palavra, é preciso ajudá-lo a ter um pensamento forte”. “O pensamento forte acrescentou é capaz de uma ação forte, evitando o perigo que às vezes se corre de antepor a ação ao pensamento e de fazer da experiência o manancial da vida.” E, constatando “nas novas gerações uma iniludível demanda de sentido, uma busca de relações humanas autênticas”, Bento XVI propôs esta famosa frase do Papa Montini: “O homem contemporâneo escuta mais facilmente as testemunhas que os mestres; e se escuta os mestres, é porque são testemunhas”.
Cláudio Vieira

O acordo entre o Brasil e o Vaticano

Em outubro 2009, foi aprovado pelo Congresso brasileiro o Acordo Brasil Vaticano. No dia 13 de novembro do ano passado, a primeira versão desse texto foi assunto do encontro entre o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o Papa Bento XVI. O secretário geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, ressaltou que a Igreja no Brasil recebeu com “grande alegria” a notícia da aprovação, por unanimidade no Senado. Entre os 20 artigos presentes no Acordo, o texto reafirma a liberdade de culto; o empenho na destinação de um espaço reservado nas cidades para fins religiosos; a questão de não existir vínculo empregatício dos sacerdotes e fiéis consagrados, com as Dioceses ou Institutos Religiosos; a garantia do segredo de confissão sacramental; entre outros. Aspectos todos, concordantes com a Constituição Brasileira. O Acordo também fala sobre o ensino religioso nas escolas, em vista da formação integral da pessoa.
A proposta foi feita primeiramente pelo Vaticano e começou a ser negociada com o Brasil em outubro de 2006. O ponto mais controverso foi o que trata do ensino religioso nas escolas públicas. Na proposta inicial, o Vaticano queria a inclusão do ensino religioso católico como matéria opcional do ensino fundamental. O governo brasileiro aceitou, mas acrescentou a expressão “outras confissões” ao texto para garantir o respeito à diversidade religiosa no país.
O documento trata ainda das isenções fiscais para a Igreja e instituições eclesiásticas. Mas nessas instituições não estão incluídas as universidades católicas e as instituições de ensino. O documento também formaliza o respeito ao segredo da confissão e indica que a atividade dos sacerdotes não caracteriza vínculo empregatício. Outro ponto do acordo estabelece que o patrimônio cultural da Igreja, as igrejas históricas e as obras de arte pertencem também ao governo brasileiro e tanto a Igreja quanto o go-verno têm a responsabilidade de preservá-lo. Os casamentos também estão regulamentados no acordo. Para se ter validade civil devem ser registrados em cartório, como já acontece no Brasil.

Cláudio Vieira

Dom Fernando visita o Papa

Entre 6 e 23 de novembro de 2009, os bispos do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) estiveram no Vaticano para sua visita Ad Limina. Entre eles, estava o bispo
diocesano de Santo Amaro, Dom Fernando Antônio Figueiredo. A Visita ad Limina, ou mais exactamente a Visita quinquenal ad sacra limina apostolorum, é uma obrigação imposta pela Igreja Católica Romana aos seus bispos diocesanos, de a cada 5 anos visitarem os túmulos dos apóstolos São Pedro e São Paulo, em Roma, e por essa altura se encontrarem com o Papa. Nesse encontro devem reportar sobre o estado pastoral das suas dioceses ou prelaturas e ouvirem a apreciação e os conselhos do Papa no que a elas especificamente respeita.
Em seu discurso para os bispos, Bento XVI fez um pedido especial: “Falai ao coração do vosso povo, acordai as cons-ciências, reuni as vontades num mutirão contra a crescente onda de violência e menosprezo do ser humano”. Bento XVI afirmou que o ser humano, “de dádiva de Deus acolhida na intimidade amorosa do matrimônio entre o homem e a mulher, passou a ser visto como mero produto humano”.Contra essa visão distorcida, o Santo Padre destacou que “a convicção da reta razão e a certeza da fé de que a vida do ser humano, desde a concepção até à morte natural, pertence a Deus e não ao homem, confere-lhe aquele caráter sagrado e aquela dignidade pessoal que suscita a única atitude legal e moral correta, isto é, a de profundo respeito”.
“Nunca podemos desanimar no nosso apelo à consciência disse. Não seríamos seguidores fiéis do nosso Divino Mestre, se não soubéssemos em todas as situações, mesmo nas mais árduas, levar a nossa esperança”. E acrescentou: “continuai a trabalhar pelo triunfo da causa de Deus, não com o ânimo triste de quem adverte só carências e perigos, mas com a firme confiança de quem sabe poder contar com a vitória de Cristo”. Referindo-se ao Brasil, Bento XVI destacou: “o vosso povo abriga no coração um grande sentimento religioso e nobres tradições, enraizadas no cristianismo”, que se devem “manter, defender, estender, aprofundar, vivificar”. “Ao regozijar-me vivamente com tudo isto, exorto-vos a prosseguir nesta obra de constante e metódica evangelização, cientes de que a formação autenticamente cristã da cons-ciência é decisiva para uma profunda vida de fé e também para o amadurecimento social e o verdadeiro e equilibrado bem-estar da comunidade humana.”
Sobre esta questão, o Papa indicou também que, “para merecer o título de comunidade, um grupo humano deve corresponder, na sua organização e nos seus objetivos, às aspirações fundamentais do ser humano”. “Por isso não é exagerado afirmar que uma vida social autêntica tem início na consciência de cada um”, disse. “Dado que a cons-ciência bem formada leva a realizar o verdadeiro bem do homem, a Igreja, especificando qual é este bem, ilumina o homem e, através de toda a vida cristã, procura educar a sua consciência.”

Cláudio Vieira

Trabalho e humildade a serviço da comunidade

TR: Como leigo engajado na vida da Igreja, como você espera que sua candidatura contribua para o bem da sociedade?
Valdecir: Ter o ser humano sempre em primeiro lugar. Tendo uma vida participativa em comunidade, tenho acesso a muitas das suas necessidades. A partir daí, se manifesta o desejo de lutar juntamente com aqueles que se dispõe a viabilizar essas necessidades abrangendo assim a sociedade como um todo.
TR: O que faz a diferença entre ser um candidato qualquer e um candidato comprometido com princípios éticos na política brasileira?
Valdecir: A diferença está em assumir com verdade e firmeza a responsabilidade de representar o povo que nos escolhe como seu líder político, buscando exercer o mandato de forma clara e objetiva.

TR: O que você pretende implementar na admi-nistração pública com sua candidatura? Quais são as realidades sociais que você acredita precisarem de socorro mais urgente dos recursos públicos?
Valdecir: Acredito que nós precisamos olhar com carinho o patrimônio público já existente e ter zelo com a saúde, moradia, educação, transporte e segurança. Precisamos humanizar o executivo. O nosso povo é carente de um olhar dos governos para as coisas simples que já existem e que não recebem apoio prático. Não pretendo ser um candidato querendo implementar isso ou aquilo. Precisamos ampliar o que já temos.

TR: Dos dramas humanos vividos em nossa sociedade, quais sensibilizam mais seu coração?
Valdecir: A falta de emprego, moradia digna e melhores salários, porque só assim nossos irmãos teriam habitação digna, melhor alimentação, educação e saúde.

TR: O que de melhor você acredita que poderá fazer pelas pessoas uma vez eleito?
Valdecir: Acredito que a melhor maneira de representar o povo é acolher e lutar por suas necessidades. Por isso, minha candidatura está e estará sempre comprometida com o serviço à comunidade, buscando atender seus anseios.

TR: De que modo você acredita que a presença de Deus e da Igreja podem ajudar um homem público a exercer seu mandato político?
Valdecir: A Igreja é a casa de Deus, onde estamos próximos dos verdadeiros amigos. É viver a realidade de cada comunidade. Ter um mandato efetivamente participativo. Fé e política para o bem estar de todos. É na comunidade, e caminhando junto com ela, que poderemos buscar exercer com responsabilidade a prática de um verdadeiro representante político.

Declaração da CNBB sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH – 3)

A promoção e a defesa dos Direitos Humanos tem sido um dos eixos fundamentais da atuação e missão evangelizadora da CNBB em nosso país. Comprovam-no as iniciativas em prol da democracia; as Campanhas da Fraternidade; a busca pela concretização da Lei 9840 - contra a corrupção eleitoral; a recente Campanha “Ficha Limpa”; a defesa dos povos indígenas e afro-descenden-tes; o empenho pela Reforma Agrária, a justa distribuição da terra, a ecologia e a preservação do meio ambiente; o apoio na elaboração dos Estatutos da Criança e do Adolescente, do Idoso e da Igualdade Racial, entre outros.
Neste contexto, a CNBB se apresenta, mais uma vez, desejosa de participar do diálogo nacional que agora se instaura, sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3), tornado público aos 21 de dezembro de 2009.
A Igreja Católica considera o movimento rumo à identificação e à pro-clamação dos direitos humanos como um dos mais relevantes esforços para responder de modo eficaz às exigências imprescindíveis da dignidade humana (cf. Concílio Vaticano II, Declaração Dignitatis Humanae, 1). O Papa João Paulo II, em seu Discurso à Assembléia Geral das Nações Unidas, em 21 de outubro de 1979, definiu a Declaração Universal dos Diretos Humanos como “uma pedra mi-liária no caminho do progresso moral da humanidade”. O Brasil foi uma das 171 nações signatárias da Declaração de Vie-na, fruto da Conferência Mundial sobre Direitos Humanos, em 1993, sob o signo da indissociabilidade entre Democracia, Desenvolvimento Econômico e Direitos Humanos.
No entanto, em sua defesa dos Direi-tos Humanos, a Igreja se baseia na concepção de Pessoa Humana que lhe advém da fé e da razão natural. Diante de tantos reducionismos que consideram apenas alguns aspectos ou dimensões do ser humano, é missão da Igreja anunciar uma antropologia integral, uma visão de pessoa humana criada à imagem e semelhança de Deus e chamada, em Cristo, a uma comunhão de vida eterna com o seu Criador. A pessoa humana é, assim, sagrada, desde o momento de sua concepção até o seu fim natural. A raiz dos direitos humanos há de ser buscada na dignidade que pertence a cada ser humano (cf. Concílio Vaticano II, Constituição Pastoral Gaudium et Spes, 27). “A fonte última dos direitos humanos não se situa na mera vontade dos seres humanos, na realidade do Estado, nos poderes públicos, mas no próprio ser humano e em Deus seu Criador” (Compêndio de Doutrina Social da Igreja, 153). Tais direitos são “universais, invioláveis e inalienáveis” (João XXIII, Encíclica Pacem in Terris, 9).
Diante destas convicções, a CNBB tem, ao longo de sua história, se manifestado sobre vários temas contidos no atual Programa Nacional de Direitos Humanos. Nele há elementos de consenso que podem e devem ser implementados imediatamente. Entretanto, ele contém elementos de dissenso que requerem tempo para o exercício do diálogo, sem o qual não se construirá a sonhada demo-cracia participativa, onde os direitos sejam respeitados e os deveres observados.
A CNBB reafirma sua posição, muitas vezes manifestada, em defesa da vida e da família, e contrária à descriminalização do aborto, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e o direito de adoção de crianças por casais homoafetivos. Rejeita, também, a criação de “mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União”, pois considera que tal medida intolerante pretende ignorar nossas raízes históricas.
Por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, imploramos as luzes de Deus, para que, juntos, possamos construir uma sociedade justa, fraterna e solidária.

Brasília, 15 de janeiro de 2010 (Dom Geraldo Lyrio Rocha - Arcebispo de Mariana - Presidente da CNBB, Dom Luiz Soares Vieira - Arcebispo de Manaus - Vice-Presidente da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa - Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro - Secretário-Geral da CNBB.

10 anos de Pastoral da Juventude na Diocese de Santo Amaro

Com o lema “...E o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles”, e cele-brando o Dia Nacional da Juventude 2009, a PJ completa 10 anos de Evangelização da Juventude na Diocese de Santo Amaro.
No ano de 1999, em um encontro no colégio Meninópolis, a Diocese de Santo Amaro dava um passo importante para o trabalho de Evangelização: a criação da Pastoral da Juventude.
Dez anos depois, a semente plantada mostrou seus frutos. Numa celebração realizada no colégio Maria Imaculada, os momentos marcantes desta caminhada foram relembrados.
Grupos de jovens de diversos setores da Diocese começaram a se reunir no ginásio do colégio às 9h, onde foi aberta a exposição fotográfica dos 10 anos. A equipe de animação deu início ao encontro com apresentações culturais organizadas pelos setores Varginha, Jordanópolis e Cupecê.
Às 11h foi a vez do momento mais importante do dia: a Celebração Eucarística dos 10 anos. Após a abertura, conduzida por Dom Fernando, a missa, presidida pelo padre José Roberto e concelebrada pelos padres José Antônio do setor Grajaú, padre Leomar do setor Parelheiros, padre Norberto do setor Cupecê, relembrou ações importantes da PJ nesses anos de caminhada e no final homenageou 10 sacerdotes e leigos que tiveram participação importante nessa história.
Logo após a celebração a juventude deu início à marcha dos 10 anos. Trazendo o tema do DNJ, os jovens anunciaram a defesa da vida da juventude e seguiram em caminhada em direção à Catedral de Santo Amaro. Numa das paradas a PJ fez memória à morte do Pe. Gisley. Ex-assessor nacional da Pastoral da Juventude, grande motivador da campanha contra o extermínio da juventude e que foi assassinado em 2009.
No encerramento, os quatro coordenadores da pastoral desta década inauguraram um monumento no pátio da Catedral de Santo Amaro. Dentro do monumento, foi guardada uma cápsula do tempo, com camisetas, fotografias, cartazes, cantos, bilhetes de jovens de hoje, para ser aberta no ano de 2059 – quando a pastoral completar 50 anos. Lacrado por uma placa de aço, o monumento recebeu a bênção final do Pe. Norberto e uma salva de palmas de toda a juventude presente.
Na ocasião, a PJ também celebrou o 10º Dia Nacional da Juventude em Santo Amaro, com o tema “Juventude em marcha contra a violência” e lema “Contra o extermínio da juventude, na luta pela vida”.

Flávio Munhoz

PARÓQUIA SANTA FRANCISCA


Como foi o início da Paróquia Santa Francisca?
Começou como comunidade da Paróquia São José, aproveitando o espaço que as irmãs Cabrini davam para reunir o povo e foi surgindo a comunidade. Pouco depois a comunidade São Bernardo virou Paróquia e a Santa Francisca se tornou comunidade da São Bernardo. No ano de 2002, Dom Fernando intitulou a comunidade para o que temos hoje a Paróquia Santa Francisca.

Como foi o processo das obras?
Fomos conseguindo apoio para consertar um muro de arrimo, com doações e nisso arrecadamos dinheiro para arrumar o m
uro. Continuamos na construção interna da Paróquia, reformando o altar, construindo a casa paroquial, contamos com ajuda também das paróquias do setor, mas ainda temos muito que fazer e as obras estão em andamento.
A Paróquia cede espaço a uma ONG que realiza seus trabalhos de segunda a sexta aonde atende 300 crianças que têm acompanhamento da escola, recebem almoço, café da manhã e da tarde.

Quantas pastorais existem na Paróquia?
Temos por movimento a Mãe Pere-grina, vicentinos. Já por pastorais temos a do Batismo, Dizimo, Liturgia, dos Enfermos, Saúde e Ministros da comunhão Eucarística.
Existe a pastoral do menor, que juntamente com a ONG realiza um projeto de integração das crianças na sociedade e no contexto familiar.

Pe. Quefren como foi a sua caminhada vocacional?
Minha experiência vocacional nasce em Aracajú, sou de uma família extremamente católica, desde criança brincava de ser Padre, mas foi na juventude que a busca pelo Sacerdócio foi sendo despertada, toda vez que ia ao trabalho entrava em uma Paróquia para rezar diante do sacrário e em um dia passando em frente à Paróquia senti um forte chamado a entrar, fui diante do sacrário e ouvia uma frase muito forte dentro de mim: Quefren, tu me amas? Você está disposto a apascentar as minhas ovelhas? E percebia que nisso tinha um chamado muito forte e fui dando resposta até ser ordenado sacerdote em 11 de novembro de 2004.
Quais são os projetos da Paróquia?
Temos muitos projetos para a Paróquia, mas no momento, estou trabalhando para animar a comunidade a participar das santas missas, onde tenho obtido respostas positivas. Agora no projeto físico tem muitas coisas para se fazer, pretendo reformar a sacristia, mas, por ora,
deixo no coração de Deus.

Paróquia Santa Francisca
(Setor Interlagos)
Rua Eurídice de Caccine, 286
Vl. Sta. Francisca - Telefone: 4102-0595
Horário da secretaria: terça a sábado das 16h às 18h.

PARÓQUIA SÃO BENTO



A história da Paróquia São Bento, em Americanópolis, começa na década de 90, com a reza do terço nas casas. Logo surge o sentimento da necessidade de uma Paróquia que fosse mais próxima. Nessa época, Padre Toni, da Paróquia de Santa Cruz, era conhecido de algumas pessoas moradoras na região. Organizou encontros com os moradores e enviou o Padre Glenio para iniciar a celebração de missa nas casas. A partir daí, os Padres Salvatorianos assumiram a missão de presidir as celebrações.
Como as residências já não comportavam mais o grande número de fiéis, Padre Zanella pediu ajuda de pessoas da comunidade para procurar um terreno para ser a sede da comunidade. A comunidade se mobilizou e houve a primeira festa de São Bento na Rua José Gaspar, um suces-so. Em 9 de abril de 1994, Padre Zanella presidiu a primeira reunião na garagem da casa do Alfredo (filho de Dona Albertina) para organizar a nova comunidade. A pauta da reunião constava de compra do terreno, coordenações e pastorais.
Com a ajuda de organizações da Alemanha, de Dom Fernando Antonio Figueiredo, Bispo da Diocese de Santo Amaro, e de alguns amigos do Padre Zanella, em 5 de maio de 1994 foi concretizada a compra do terreno na Rua Dr. Mário de Campos, 191. O nome de Comunidade São Bento foi sugerido porque nesta rua existiu a fonte de águas Mine-rais São Bento e todos os moradores do entorno se referem ao local como Fonte São Bento. Nas reuniões comunitárias que se seguiram, foi deliberado incentivar o título de Fundador (livro de ouro), que seria colocado junto do altar quando a sede da Paróquia estivesse construída, para que sejam sempre lembradas as pessoas que colaboraram para tornar possível o início da Igreja de São Bento.
Nessa mesma época foi comprado o terreno da Comunidade Divino Salvador. A Comunidade Nossa Senhora Aparecida e a Comunidade Minas Gerais já existiam. E pertenciam à Paróquia Nossa Senhora das Graças. A Comunidade Cristo Libertador na Cidade Azul pertencia à Paróquia São José.
No inicio, as missas na Comunidade São Bento eram celebradas debaixo da enorme mangueira que existia no terreno e as missas festivas ocorriam com a participação das comunidades no Colégio Pedro Kalil Padis. A Comunidade São Bento acabou escolhida para ser a sede da paróquia por estar centralizada entre as demais comunidades.
A então Quase-Paróquia, como Padre Zanella, gostava de dizer, teve ajuda das carinhosamente chamadas de irmãs Azuis e também dos seminaristas Salvatorianos que com seu incentivo formaram líderes para as diversas pastorais. Até hoje, padres e seminaristas Salvatorianos e as irmãs Azuis, com seu carisma, continuam auxiliando as comunidades da Paróquia São Bento.

DINÂMICA ATUAL
Hoje existem na paróquia as pastorais de batismo, liturgia, música, catequese, crisma, dizimo e social, além do Apostolado da Oração. A principal necessidade da paróquia é de construção. “Ainda não temos um espaço que acomode bem aos paroquianos, mas temos um terreno grande que comporta uma boa igreja de uns 500 metros quadrados”, observa o Padre José Antônio.
As necessidades pastorais também são grandes. “Vejo que tenho de inves-tir bastante em formação litúrgica e espiritualidade e fazer uma movimentação de porta em porta pra ampliar nossos fiéis freqüentadores.”
Padre José relata também a necessidade de motivar a participação dos jovens na comunidade. “E pretendo trazer para a paróquia o movimento da Renovação Carismática Católica (RCC) e o Encontro de Casais com Cristo (ECC). Os paroquianos são muito acolhedores e muito abertos ao novo, estão sedentos por uma administração próxima, o que se coaduna com minhas intenções, com meu trabalho pastoral.”

O PÁROCO
Nascido em 26 de julho de 1971 e ordenado em 17 de setembro de 2006, Padre José Antônio da Silva Coelho, administrador paroquial da São Bento desde junho, revela que desde criança era engajado na Paróquia Santa Teresinha, de Campos (RJ). “Fui coroinha e sempre me dediquei ao serviço de Deus. Ali minha vocação surgiu, com minha participação no grupo de oração.” O sacerdote destaca ainda entre seus grandes influenciadores o Padre Rosário, seu pároco desde a infância, e o falecido papa João Paulo II. “Hoje, sou de influência carismática e de linha litúrgica.”
O atual papa também o inspira, assim como o padroeiro da sua paróquia. “São Bento é um grande intercessor da Igreja e também um amante de Jesus. Ele contribui muito nessa linha da espiritualidade e me inspira a levar aos paroquianos essa proximidade com Cristo, na batalha espiritual contra tentações, de forma a fazer Deus presente a cada momento em nossas vidas.”
Atuando em experiência vocacional na Diocese de Santo Amaro, onde veio integrar o Instituto Servos de Jesus Salvador, ele tem sempre uma mensagem de esperança a quem o procura, especialmente para seus paroquianos: “Juntos construiremos nossa passagem para o Reino tão esperado que o Senhor nos tem a oferecer e assim seremos uma comunidade que se realizou em Cristo Jesus. “E aos meu leitores e aos meus paroquianos também desejo que se faça presente o amor de Deus na humanidade e na Igre-ja, que é nosso caminho de esperança. Dessa forma, todos poderemos alcançar a vida eterna.”

Paróquia São Bento
(Setor Cupecê)
Rua Doutor Mário de Campos, 191, Americanópolis. Telefone: 5563-1287

Secretariado diocesano em ação

A Diocese promoveu no último dia 03 de agosto no auditório da Cúria um curso de atua-lização para as secretárias e secretários paroquiais. O curso teve como princípio o tema “Fé e Razão” em vista do trabalho de informatização nas paróquias.
Os participantes tiveram um dia todo de convivência em que anteciparam as comemorações do Dia da Secretária e receberam informações de como ajudar a Diocese e a Paróquia no processo de informatização de ambas, aprendendo a gerenciar melhor o “Sistema de Gestão Canônico Pastoral”, a fim de viabilizar a implantação desse sistema de gerenciamento em toda a Diocese de Santo Amaro.
A celeridade nesse processo vai deso-nerar a paróquia e a diocese e ajudar o sacerdote a ganhar mais tempo e qualidade no atendimento aos fiéis e à sua missão evangelizadora em suas comunidades.
Rose Souza
Secretária de Pastoral

Confraternização dos Padres

Na manhã do dia 02 de agosto, Dom Fernando Figueiredo encontrou-se com os sacerdotes da Diocese para comemorar o dia dedicado aos padres. A acolhida aconteceu no Se-minário Maior de Teologia São João Maria Vianney e a confraternização na Paróquia Nossa Senhora da Esperança. Dom Fernando dirigiu-se aos padres refletindo sobre a vocação sacerdotal, destacando a importância da administração dos bens da Igreja como manifestação do zelo pela casa de Deus, o cuidado dos seminários e a provisão das vocações.
Apoiado na reflexão do Papa em Roma por ocasião do encerramento do ano sa-cerdotal, o Bispo enfatizou a gênese da identidade do presbítero, sua necessidade de resgate e seus embates no ambiente cultural da contemporaneidade.
O mundo secular impõe hoje às sociedades uma visão particularizada de liberdade, identidade e democracia. Essa visão da secularidade contemporânea opõe-se radicalmente à identidade do padre, reduzindo-o a um mero agente social. Por isso, é preciso rever o lugar do padre no seu encontro com Jesus de Nazaré. É neste encontro que o presbítero tem a possibilidade de atualizar em si o carisma da profecia, que é fidelizar a presença de Cristo no mundo, e levar o mundo a Cristo.
O padre é aquele profeta que pertence a Deus, reconhecido no mundo como alguém de Deus através de um testemunho sempre mais transparente, identificado com a Igreja, com o compromisso de sua missão. O presbítero não é um funcionário. No caso do padre, é o seu ser que o identifica e não sua função social, e isso precisa ficar claro no testemunho para o mundo. A identidade configura-se com a consagração, doação total a Deus e à Igreja, e isso também no celibato como em todo o seu ministério. A identidade do presbítero requer dele fé vivida e alimentada na oração e na formação contínua. A virgem Maria e são João Maria Vianney precisam ser vistos como mo-delos eficazes no exercício do ministério sacerdotal. Santo Irineu propunha em seus escritos que o carisma da verdade é, sobretudo, o sentido de pertença a Deus. Essa identidade clara da vida do padre também precisa refletir-se diretamente sobre a vida da paróquia. Parabéns, padres, porque vocês vivem essa vocação!!!
Pe. Mauricio Cruz

Missa de encerramento do ano Sacerdotal

O encerramento do Ano Sacerdotal promulgado pelo Papa Bento XVI, em nível mundial se deu em Roma com uma conferência preparada pela Congregação para o Clero, e com duas celebrações presididas pelo Santo Padre. Este ano sacerdotal foi instituído por ocasião do 150º aniversário de falecimento de São João Maria Vianney, o Santo Cura D’Ars, padroeiro dos párocos e, por extensão, de todos os padres.
A conferência preparada pela Congregação para o Clero teve como tema “Conversão e Missão”, e ocorreu nos dias 9 e 10 de Junho. Os conferencistas foram o Card. Joachim Meisner, Arcebispo de Colônia (Alemanha), e o Card. Marc Ouellet, P.S.S., Arcebispo de Québec (Canadá).
A primeira celebração presidida pelo Papa Bento XVI, dia 10 de Junho, foi uma Vigília Eucarística, que contou com os testemunhos “ao vivo” e através de vídeo-conferência, de uma família alemã que possui um filho padre, um semina-rista, um casado e uma leiga consagrada; de um diácono às vésperas da ordenação sacerdotal, de um padre ancião do clero de Veneza; de um pároco de um bairro pobre de Buenos Aires (Argentina); de um pároco de Hollywood (EUA); e de una religiosa italiana de clausura, que tem o carisma de interceder pelos sacerdotes.
Em seguida, após a leitura do Evangelho, o Papa Bento XVI respondeu às perguntas de cinco sacerdotes, cada qual de um continente do planeta. O continente americano foi representado pelo P. José Eduardo Oliveira e Silva, do clero diocesano de Osasco (SP), e aluno do Colégio Pio Brasileiro de Roma.
Em seguida, o Papa procedeu à adoração e bênção eucarística. Diante do Santíssimo Sacramento, o Papa Bento XVI recitou a oração do Ano Sacerdotal. Foi emocionante ver os padres presentes à Praça de São Pedro de joelhos diante do Santíssimo Sacramento e, ao final, junto com o Santo Padre, entoarem o hino “Salve Regina”.
No dia seguinte, 11 de Junho, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, o Papa Bento XVI presidiu a solene conce-lebração. Nesta mesma ocasião, o clero de Santo Amaro concelebrou com seu Bispo, o qual ouviu a renovação das promessas sacerdotais dos padres presentes,
concluindo, assim, o Ano Sacerdotal 2009-2010. Permanece em toda a Igreja o mote proposto pelo Papa Bento XVI: “Fidelidade de Cristo, Fidelidade do Sa-cerdote”.

Pe. Ari Luis do Vale Ribeiro
Diocese de Santo Amaro (SP)

92 mil pessoas encerram 16º Congresso Eucarístico Nacional

Sob um sol forte e uma temperatura que beirava os 32º, o povo brasiliense e demais caravanas vindas de todas as regiões do Brasil, munidos de fé e guarda-sol, compareceram à missa de encerramento do 16º Congresso Eucarístico Nacional (CEN), que aconteceu na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em 16 de maio, e foi presidida pelo prefeito da Congregação para o Clero, cardeal dom Cláudio Hummes, e concelebrada por centenas de bispos e padres de todo o Brasil. O Congresso teve início na quinta-feira, 13.
Durante sua homilia, o cardeal dom Cláudio Hummes, afirmou que o "16º Congresso Eucarístico Nacional manifestou que a Eucaristia é o centro da
Igreja e da vida dos cristãos". Ele também apontou Jesus Eucarístico como "força do discípulo e missionário". Lembrando palavras do papa Bento XVI sobre a Euca-ristia, o cardeal destacou que "a Euca-ristia tem tudo a ver com o domingo" e que os fiéis não podem deixar de participar da Eucaristia no dia do Senhor. "Domingo sem missa não é um domingo completo", frisou.
Dom Cláudio também lembrou a figura dos mártires brasileiros, os quais ele disse ser "uma das maiores glórias da Igreja no Brasil" e convi-dou os brasileiros a seguirem o mesmo exemplo de "testemunho privilegiado do Evangelho". Sobre o lema do 16º CEN, "Fica Conosco, Senhor", o cardeal afirmou que são "palavras de súplica ouvidas por Deus hoje e até o fim dos tempos".
O enviado do papa Bento XVI ao 16º CEN concluiu a homilia ressaltando que o encerramento da missa não é o fim do Congresso Eucarístico, mas um novo começo para a Igreja. "O encerramento dessa missa representa um novo impulso para anunciarmos o Cristo para todas as criaturas".
O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Lyrio Rocha, agradeceu a participação de todos os bispos, padres, diáconos, seminaristas e fiéis - presentes durante os quatro dias de Congresso. O presidente da CNBB também anunciou o local de realização do próximo Congresso Eucarístico, que também foi bastante aplaudido pela multidão que se aglomerou na Esplanada dos Ministérios. "Quero vos lembrar que a CNBB aprovou a realização do 17º Congresso Eucarístico Nacional, que será em Belém (PA), por ocasião do 4º centenário da cidade."

Claudio Vieira

Editorial

Vocação é a palavra do momento. Ela indica a ação de Deus que busca o ser humano. Ele quer estar junto de quem ele criou e em Cristo tornou íntimo de si, filho, herdeiro. A cada fim de semana deste mês de agosto, temos por costume tornar célebre cada uma das vocações da Igreja, destacando o grande valor da diversidade de dons e carismas no serviço do Evangelho. Assim, a Diocese promove anualmente neste período a tradicional Feira Vocacional que movimenta os seminários e paróquias em vista da promoção das vocações.
Celebrando a vida da Igreja, esta edição traz a comemoração do dia dos padres, a formação e celebração das secretárias, a visita de Dom Fernando Figueiredo a Sua Santidade o Papa Bento XVI, a ce-lebração de 10 anos da criação da Pastoral Diocesana da Juventude, a solenidade do 16º Congresso Eucarístico Nacional, o encerramento do ano sacerdotal, a rea-lização da 19ª Feira Vocacional, uma entrevista especial com o recém-doutorado Pe. Vicente Gilson, entre outros destaques deste número. Toda vocação da Igreja encontra seu sentido de ser no testemunho do Evangelho. Em vista desse objetivo, celebremos a fé com o fervor da Palavra de Deus e o ardor missionário dos herdeiros do tesouro do Reino.
Boa leitura!

Padre, ministro do perdão e da misericórdia

Todos somos conscientes de que o sacerdócio é dom de Deus e, portanto, não é jamais posse de quem quer que seja, nem mesmo do próprio sacerdote. Diz s. Cirilo de Ale-xandria: “O sacerdócio é um dom da parte de Deus para administrar aos povos o Evangelho e para anunciar o Senhor Jesus”. Chamados pelo Senhor somos unidos a Ele, espiritual mas também entitativamente. Nosso ser se transforma graças à ação em nós do Espírito Santo que nos unge em nossa ordenação sacerdotal mediante seu ministro, o bispo. Em Cristo, Sumo Sacerdote, tornamo-nos sacerdotes da Nova Aliança. E é só, escreve o Papa Bento XVI, “em nome e na pessoa de Jesus, que o sacerdote pode dizer “isto é o meu corpo” e “este é o cálice do meu sangue”(n.23).
Unidos a Cristo, “o ministro ordenado, continua o Papa, age em nome de toda a Igreja quando apresenta a Deus a oração da mesma Igreja e, sobretudo, quando oferece o sacrifício eucarístico”. Por isso, acentua Bento XVI, “nunca o sacerdote deve colocar em primeiro plano a sua pessoa, nem as suas opiniões, mas Jesus Cristo. O sacerdote é servo, num serviço humilde a Cristo e à Igreja” (n.23).
Olhando, porém, nossa realidade humana, perguntamo-nos: Que significa esta inserção do sacerdote em Cristo? Evidentemente, não é algo que se dá só num momento da vida, nem se reduz a um determinado número de atividades ou funções específicas. É um processo que se estende ao longo da vida e se manifesta em cada palavra e ação de sua existência.
Tal inserção reconhece nossa condição limitada e pecadora. Por isso, declara s. Gregório de Nazianzo, “o sacerdote, em Cristo, é humilde, e só assim ele fará res-plandecer a sua dignidade, pois ele sabe de quem é ministro, de onde vem e para onde vai”. Somente desta maneira ele recebe uma força interior para se reerguer e, na ação do perdão e da misericórdia divina, reconstruir sua própria vida e de seus semelhantes. Ele experimenta a presença do Senhor, fonte da graça, que faz um Nicodemos nascer de novo e a pecadora tornar-se fiel seguidora de Jesus. Esta união a Cristo coloca o sacerdote a caminho da perfeição, experimentando em sua pessoa as palavras de Jesus: “Sede perfeitos como o é o Pai”. No dizer de s. João Crisóstomo, “ele se constitui embaixador de Deus junto à humanidade toda, pois roga pelos pecados de todos, não só dos vivos, mas também dos falecidos, e o Senhor lhe será, então, propício”.
Peçamos a Nossa Senhora, Mãe de todos nós, que ela interceda por todos os sacerdotes. No final deste ano sacerdotal, ela nos conduza à identificação ao seu Filho Jesus, no qual nos reconhecemos, de fato, irmãos e igualmente participantes da sublime missão, cujo objetivo é nossa salvação e a de todas as pessoas. Maria Santíssima, que nós sejamos instrumentos eficazes, pelo Espírito Santo, do novo céu e da nova terra, já presentes no vosso Filho ressuscitado!
Dom Fernando Antônio Figueiredo
Bispo da Diocese de Santo Amaro